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Fani Dark
Trabalho realizado para a mostra MAC Vazio no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, em 2007. Trata-se de uma proposição de pintura participativa combinando gravura e desenhos de populares presentes ao evento.
Na altura da mostra a revista Playboy investia, como estratégia de divulgação, na disseminação maciça de cartazes colados nas ruas, em tapumes e no verso de bancas de jornal em toda cidade. Naturalmente, após alguns dias, boa parte dos cartazes sofreu algum tipo de intervenção (inscrição, desenhos, rasgos, perfurações, etc). A pretensão de afirmar tal prática, espontânea e anônima, como processos verdadeiramente artísticos e de natureza urbana motivou a produção do trabalho Fani Dark.
Foi distribuído uma centena desses cartazes na área externa do MAC e, acompanhados de hidrocores, visitantes eram convidados a intervir nos posters. Embora sutil, as intervenções (muitas vezes rabiscos apressados que combinam humor e preconceito) revelam a concepção de moral, as opiniões e complexos de seus autores. Ao mesmo tempo, populariza procedimentos de pintura (combinada) bastante usuais na história da pintura recente (de Rauchemberg aos dias de hoje).
Passados três anos, em 2010, Alexandre Vogler foi convidado a integrar a exposição “A cidade do homem nu” (cur. Inti Guerreiro) no Museu de Arte Moderna de São Paulo, exibindo três cartazes da série realizada no MAC. No entanto, ha uma semana da abertura da mostra o trabalho foi impedido de ser exposto sob alegação de violação do direito de imagem. O artista divulgou uma carta aberta na imprensa e redes sociais, motivando ampla discussão pública sobre o direito de imagem nas artes visuais. Todo conjunto documental desse processo e sua repercussão na grande imprensa integram a publicação DOSSIÊ Fani Dark
Em 2011, um conjunto de 64 posters foi exposto na mostra A RUA, MuKHA, como parte do evento Europalia, na Bélgica.